Sucateamento das escolas estaduais gaúchas dificulta adaptação aos extremos climáticos
- assessoriasesunipa
- há 23 horas
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As ondas de calor cada vez mais frequentes no Rio Grande do Sul expõem a precariedade das escolas estaduais e colocam em risco a saúde de estudantes e trabalhadores. Apenas uma em cada quatro instituições possui salas climatizadas, segundo a secretária de Educação. Um levantamento do sindicato Cpers, respondido por 886 escolas, revelou 310 com rede elétrica defeituosa, 241 com telhados danificados, 177 com infiltrações, 142 com falhas hidráulicas, 121 com obras atrasadas e 101 com risco de desabamento em muros.
Dois exemplos ilustram o quadro: a Escola Desidério Torquato Finamor, em Porto Alegre, opera sem climatização, tem fiação obsoleta, salas interditadas e sofre constantes suspensões de aula devido a goteiras; já o Instituto Educacional Paulo Gama teve seu principal pavilhão interditado por problemas estruturais, obrigando a realocação de turmas e agravando a falta de professores.
O Cpers afirma que esses são problemas antigos, agravados por falta de manutenção, e critica o projeto de Parceria Público‑Privada (PPP) do governo Eduardo Leite, que pretende repassar por 25 anos a 99 escolas serviços de reforma, manutenção e apoio, a um custo estimado em cinco bilhões de reais — valor que, dividido, equivaleria a quase dois milhões por escola. Para o sindicato, a iniciativa terceiriza responsabilidades estatais e repete um modelo neoliberal de gestão, enquanto o Tribunal de Contas já apontou falhas que levaram à suspensão do leilão previsto para fevereiro.
O governo alega que a PPP reduzirá burocracia e dará agilidade, prometendo lançar o edital ainda no primeiro semestre de 2025, mas não detalha ações imediatas para reparar estruturas, qualificar a rede elétrica ou climatizar as salas atingidas. Nesse impasse, a comunidade escolar continua exposta a ambientes insalubres e a riscos de segurança em plena intensificação das mudanças climáticas.
Fonte: Brasil de Fato
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