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Enchente RS: crise governamental ou climática?


Desde junho do ano passado, o Rio Grande do Sul tem enfrentado eventos climáticos severos, incluindo ciclones extratropicais e enchentes no Vale do Taquari. O desastre mais recente, superando a enchente de 1941, é o maior já registrado no estado em termos de impacto ambiental e socioeconômico. Moradores como Kelly Borba e Giovanna Scheeren expressam preocupações sobre as causas das enchentes, atribuindo a responsabilidade tanto à natureza quanto a fatores humanos.


O geólogo Rualdo Menegat explica que o aquecimento global, impulsionado pela emissão de gases pela indústria, está intensificando a frequência e a gravidade desses eventos climáticos. O aumento de 1,5°C na temperatura global desde 1875 está associado a chuvas mais intensas e frequentes. As chuvas de 2023 e 2024 aumentaram o nível do rio Taquari, causando inundações severas e alterações na qualidade da água. A água acumulada, tornando-se mais pesada devido à erosão e deslizamentos de terra, devastou áreas como Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul, deixando bairros e cidades em ruínas.


Menegat também alerta para a falta de planejamento urbano adequado nas áreas de risco. Ele explica que a ocupação de áreas de inundação é frequentemente impulsionada pela expansão do agronegócio e a pressão para ocupar terrenos disponíveis, que, muitas vezes, são justamente as planícies de inundação. “Os planos diretores frequentemente não consideram adequadamente as áreas de vulnerabilidade. A expansão urbana acaba avançando para essas regiões, aumentando o risco para a população”, ressalta. O geólogo destaca que é possível prever e identificar áreas propensas a inundações com base em dados históricos e características do sistema fluvial. No entanto, a ausência de regulamentações rigorosas e a falta de restrições claras contribuem para a exposição das comunidades a eventos climáticos extremos. Assim, a falta de planejamento e a ocupação inadequada dessas áreas vulneráveis exacerbam os impactos das enchentes e tornam a população mais suscetível a desastres naturais.


Fonte: Brasil de Fato


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