O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com 720 mil toneladas anuais, e registra cerca de 300 mil mortes por envenenamento a cada ano. A contaminação por esses produtos tem crescido no país, com um aumento de mais de 950% no número de casos no primeiro semestre de 2024. O uso de agrotóxicos proibidos em outros países, como a atrazina e o clorpirifós, aumenta os riscos para os trabalhadores. Além disso, o calor extremo nas áreas agrícolas facilita a absorção das substâncias, agravando os efeitos tóxicos, apesar da obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que muitas vezes são inviáveis devido às condições de trabalho.
A flexibilização das leis sobre agrotóxicos, com a aprovação do PL do Veneno, elevou ainda mais os riscos, permitindo o registro de produtos mais tóxicos e com potencial cancerígeno, o que foi criticado por diversas entidades científicas e ambientais.
A exposição a agrotóxicos pode causar intoxicações graves, com sintomas como irritação na pele, dificuldades respiratórias e problemas digestivos. A longo prazo, estão associadas a doenças como câncer, Parkinson e diabetes tipo 2. O Sistema Único de Saúde (SUS) gasta R$ 45 milhões anualmente com o tratamento dessas intoxicações. A redução dos danos depende de fiscalização rigorosa, políticas públicas eficazes e a adoção de alternativas como a agroecologia, visando garantir melhores condições de saúde e segurança para os trabalhadores rurais.
Fonte: Brasil de Fato
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