17 de março de 2022
Imagem: Wix / Divulgação
Nesta quarta-feira, 16 de março, professores/as da Unipampa se reuniram na Assembleia Geral da Sesunipampa. Ficou marcada na história da seção sindical a presença de docentes surdos e surdas, que participaram das discussões da categoria com a tradução de Intérpretes de Libras. Os pontos de pauta foram 1) Informes, 2) Avaliação da 44ª Reunião Extraordinária do CONSUNI, 3) Greve dos servidores e 4) Retorno presencial das atividades de ensino.
Antes de dar início aos pontos, a diretoria da Sesunipampa informou que o sindicato está mobilizando esforços para a disponibilização de intérpretes em seus eventos. Lembrou, ainda, que por ser a Sesunipampa uma seção sindical pequena, frente às seções das universidades mais antigas, há impedimentos de ordem financeira que não possibilitam o serviço de interpretação em todas as atividades. De todo modo, nos próximos meses terá início uma nova campanha de sindicalização, na qual se espera ampliar o número de cotizações e, com isso, a possibilidade de tornar cada vez mais acessíveis espaços como as assembleias docentes.
O(a)s docentes também ressaltaram a importância da vitória da mobilização da categoria, que foi fundamental para o resultado positivo para a professora Letícia, com a aprovação pelo(a)s conselheiro(a)s do parecer da CRN. Foi destacada também a postura da reitoria da universidade, que insiste na ‘apelação’ na Justiça para invalidação do poder de decisão do CONSUNI. Por fim, o(a)s presentes lembraram que a categoria deve ficar atenta, pois apesar da importante vitória, a luta não se encerrou.
No decorrer da assembleia, docentes surdo(a)s fizeram algumas intervenções sobre suas pautas como, por exemplo, a falta do atendimento por parte da reitoria das demandas de intérpretes de Libras para as aulas na Unipampa, a falta de informações a respeito do retorno presencial e a questão de alternativas ao uso de máscaras nas aulas de Libras. Destacou-se que a expressão facial compõe a estrutura gramatical da Língua Brasileira de Sinais e isso demanda uso de equipamento adequado, como face shield, que o(a)s docentes não sabem se terão acesso na instituição. Do mesmo modo, com a ausência de interpretação em sala de aula, alguns docentes que conseguem fazer uso de leitura labial terão que dispensar essa alternativa já que o(a)s estudantes também estarão com máscaras convencionais. Nesse sentido, a diretoria da Sesunipampa se comprometeu em estabelecer um diálogo mais direto com o(a)s docentes surdo(a)s, a fim de melhor organizar a luta em torno de suas pautas específicas não atendidas por parte da reitoria.
Em seguida, no ponto de pauta sobre a greve do(a)s servidore(a)s, a participação na assembleia do professor Amauri Fragoso, tesoureiro do ANDES-SN, trouxe um histórico das perdas salariais e da desestruturação da carreira. Após um acúmulo de debate entre os presentes, o entendimento foi de que é preciso seguir mobilizando a categoria e fortalecendo a construção da greve.
Por fim, sobre o retorno presencial das atividades de ensino, foi destacado que a Sesunipampa tem cobrado desde o ano passado melhores condições estruturais, financeiras e sanitárias para o retorno adequado, especialmente junto à reitoria. Igualmente, ressaltou-se a precariedade do orçamento, verificado já no retorno do Curso de Educação do Campo - Licenciatura, bem como a extrema precariedade da assistência estudantil para a retomada das atividades presenciais.
A assembleia posicionou-se entendendo ser importante o retorno presencial no próximo semestre letivo àqueles/as docentes que não tenham comorbidades ou alguma outra especificidade que o(a)s torna vulneráveis para o trabalho nesta condição, mas exigindo comprovação vacinal, condições sanitárias, estruturais e orçamentárias. Ainda, a seção sindical buscará oficializar junto à reitoria as demandas debatidas na assembleia, exigindo soluções para a gestão superior.
Assessoria Sesunipampa
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