O BTG Pactual, maior banco de investimento da América Latina, registrou lucro líquido de R$ 9 bilhões nos três primeiros trimestres de 2024, com alta de 19,5% em relação ao ano anterior. Esse desempenho permitiu a distribuição recorde de R$ 3 bilhões em bônus aos seus administradores. A instituição é uma forte defensora de ajustes fiscais e da redução do investimento público, mesmo que isso envolva cortes em programas sociais essenciais, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o Bolsa Família.
Os cortes nesses programas sociais, que afetam milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, geraram economias de R$ 6 bilhões, uma fração do lucro do BTG. Apesar disso, o banco se beneficia de um cenário econômico favorável, com altas taxas de juros que aumentam suas margens de lucro. Essa dinâmica é sustentada pela narrativa de "austeridade fiscal", defendida pelo mercado e amplificada pela grande mídia, que sugere que o Brasil está à beira de uma crise econômica sem os ajustes exigidos.
Enquanto o BTG continua a acumular lucros e distribuir grandes bônus, o governo enfrenta desafios impostos pelo Novo Arcabouço Fiscal (NAF), que limita o crescimento das despesas públicas. Isso pode comprometer recursos para áreas essenciais, como saúde, educação e programas sociais. O dilema entre flexibilizar os pisos constitucionais ou modificar o NAF representa um grande desafio político e orçamentário para o governo. A situação evidencia as contradições de um modelo econômico que prioriza o lucro sobre o bem-estar social.
Fonte: Brasil de Fato
Comments